Nascimento:
30/07/1906
30/07/1906
Natural:
Alegrete - RS
Alegrete - RS
Morte: 05/05/1994
Considerado o "poeta das coisas simples", com um
estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele
trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e
trinta obras da literatura universal.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como
colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.
Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua
dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.
Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada
por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta
anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de
Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de
sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio
Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em
1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do
governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de
Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.
"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"
O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
Estátua súbita,
mas esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para a frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
- vestida apenas com o teu desejo!
A gente ainda não sabia
A gente ainda não sabia que a Terra era redonda.
E pensava-se que nalgum lugar, muito longe,
deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer
- uma tabuleta meio torta
E onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO.
Ah! Depois nos ensinaram que o mundo não tem fim
E não havia remédio senão irmos andando às tontas
Como formigas na casca de uma laranja.
Como era possível, como era possível, meu Deus,
Viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...
Poemas Mario Quintana, In: Nariz de Vidro, São Paulo, editora Moderna 2ª edição, 2003 (PNBE 2006, acervo 1)
Fonte: Wikipédia
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