Respeito é bom e todo mundo gosta! Vamos aproveitar o dia de
hoje e aprender um pouco mais sobre essas pessoinhas adoráveis e tão geniais
quanto todas as outras!
SÍNDROME DE DOWN - O QUE É
A Síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética
ocorrida durante ou imediatamente após a concepção. A alteração genética se
caracteriza pela presença a mais do autossomo 21, ou seja, ao invés do
indivíduo apresentar dois cromossomos 21, possui três. A esta alteração
denominamos trissomia simples. “O cariótipo ou retrato preparado do padrão de
cromossomos indica a presença de um cromossomo extra no par 21. Tal condição
leva à deficiência mental moderada ou leve, acrescida de vários problemas de
audição, formação do esqueleto e de coração” (KIRK & GALLAGUER, 2002, p.
129).
O portador da síndrome tem somente um ritmo de aprendizagem
mais lento , cujas etapas precisam ser respeitadas. Inteligência , memória e
capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
Como a criança portadora da Síndrome de Down apresenta seus
níveis de desenvolvimento mais lento, quando comparados às crianças “normais”,
cabe aos pais e educadores dessas crianças a função de estimulá-los por meio de
atividades lúdicas, visando prepará-los para a aprendizagem de habilidades mais
complexas.
Os portadores da Síndrome de Down são capazes de atuar em
níveis muito mais elevados do que se acreditava anteriormente. Dentro dos limites
impostos por sua condição genética básica, há uma gama de variantes
intelectuais e físicas. Uns têm comprometimento maior do que outros, mas mesmo
os de Q.I. mais deficitário surpreendem (SANTIAGO et al., 1997, s.p.).
ALUNOS DOWN – TODOS PODEMOS AJUDÁ-LO!
Dificuldade de visão
Embora os alunos com Síndrome de Down costumem ser muito
bons em aprender visualmente e sejam capazes de utilizar este habilidade para
aprender o currículo, muitos têm alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam óculos antes dos
7 anos e é importante diagnosticar e sanar as dificuldades que eles possuem.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Escreva com letras maiores
- Faça apresentações simples e claras
Dificuldade de audição
Muitas crianças com Síndrome de Down têm alguma perda
auditiva, especialmente nos primeiros anos. Até 20% apresentam perda
sensorial-neural, causada por defeitos no desenvolvimento do ouvido e nervos
auditivos. Outros 50% podem ter perda auditiva ocasionada por infecções
respiratórias que costumam ocorrer por conta dos canais auditivos mais
estreitos. É especialmente importante checar a audição da criança porque ela
afetará sua fala e linguagem.
A clareza da audição também pode ser flutuante e é
importante identificar que respostas inconsistentes podem ser fruto de deficiência
auditiva e não falta de entendimento ou atitude indesejada.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Fale diretamente ao aluno
- Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou
gestos
- Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras,
fotos, objetos
- Escreva novo vocabulário no quadro
- Quando outros alunos responderem, repita suas respostas
alto
- Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam
ter sido mal-entendidas
Sistema motor fino e grosso
Muitas crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular
(hipotonia), o que pode afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode
atrasar as fases do desenvolvimento motor, restringindo experiências dos
primeiros anos, tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de
aula, o desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.
ESTRATÉGIAS
- Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todas
as habilidades motoras melhoram com a prática.
- Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos,
como por exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar,
cortar, apertar, construir, etc.
- Usar um grande leque de atividades e materiais
multi-sensoriais.
- Procurar que as atividades sejam o mais significativas e
prazerosas possível.
Dificuldade de fala e de linguagem
Crianças com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de
fala e linguagem e devem ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que
podem sugerir atividades individualizadas para promover o desenvolvimento de
sua fala e linguagem.
O atraso na linguagem é causado por uma combinação de
fatores, alguns deles físicos e alguns devido a problemas cognitivos e de
percepção. Qualquer atraso em aprender a entender e usar a linguagem pode levar
a um atraso cognitivo. O nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habilidade
de acessar o currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas
são mais desenvolvidas do que habilidades de expressão. Isso quer dizer que as
crianças com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar. Como
resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são frequentemente
subestimadas.
ATRASO NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
- Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
- Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar
vocábulos de conexão, preposições, etc.), resultando num estilo telegráfico de
discurso.
- Habilidade para aprender vocabulário novo mais facilmente
do que as regras gramaticais.
- Maiores problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores problemas em entender linguagem específica
apresentada no currículo.
- Dificuldade em compreender instruções.
Além disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da
boca e da língua mais fracos torna a formação das palavras fisicamente mais
difícil, e quanto maior a frase maiores ficam os problemas de articulação.
Problemas de fala e linguagem para estas crianças
normalmente significam que menos oportunidades lhes são oferecidas para manter
uma conversação. É mais difícil para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos
costumam fazer perguntas fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem
lhes dar tempo para falarem por si próprios nem ajudar para que eles consigam
fazê-lo.
A consequência disso é que a criança:
- Ganha menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade
de aprender novas palavras e estruturas de período.
- Tem menos oportunidade de praticar para tentar falar com
mais clareza.
ESTRATÉGIAS
- Dar tempo para o processamento da linguagem e para
responder.
- Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar frente a frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e
enxutas.
- Checar o entendimento – pedir para a criança repetir
instruções dadas.
- Evitar vocabulário ambíguo.
- Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala
e a pronúncia.
- Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar
também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
- Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar gramática com material impresso, cartões de
figuras, jogos, figuras de preposições, símbolos, etc.
- Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar
além de frases monossilábicas.
- Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele
estímulos visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil
para eles do que falar espontaneamente.
- O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os
alunos a contar suas “novidades”.
- Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
- Encorajar o aluno a liderar.
- Criar oportunidades onde ele possa falar com outras
pessoas, por exemplo, levar mensagens, etc.
- Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco
tempo e materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer
as habilidades auditivas.
DÉFICIT DE MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA HABILIDADE DE
PROCESSAMENTO AUDITIVO
Outros problemas de fala e linguagem em crianças com
Síndrome de Down surgem por conta de dificuldades na memória auditiva recente e
nas habilidades de processamento auditivo. A memória auditiva recente é a
memória armazenada usada para manter, processar, entender e assimilar a língua
falada o tempo suficiente para responder. Qualquer déficit na memória auditiva
recente vai afetar consideravelmente a habilidade do aluno em responder a
palavra falada ou aprender a partir de situações que se prendam somente a sua
habilidade auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de
instruções verbais.
ESTRATÉGIAS
- Limite a quantidade de instruções verbais a uma de cada
vez.
- Dê tempo à criança para processar e responder às
colocações verbais.
- Repita individualmente para o aluno qualquer informação ou
instrução que foi dada à classe como um todo.
- Tente evitar instruções ou discussões na classe que sejam
muito longas.
- Planeje traduções visuais e/ou atividades alternativas.
Lembre-se: em geral, crianças com Síndrome de Down têm
fortes habilidades de aprendizagem visual mas não são bons aprendizes
auditivos. Sempre que possível eles necessitam de apoio visual e concreto e
materiais práticos para reforçar as informações auditivas.
Capacidade de concentração mais curta
Muitas crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de
concentração mais curta e são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade
do aprendizado com apoio, especialmente quando ele se dá individualmente, é
muito maior e a criança se cansa mais facilmente do que a criança que não
necessita deste apoio.
ESTRATÉGIAS
- Construa uma gama de tarefas curtas, focalizadas e
definidas claramente nas aulas.
- Varie o nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o tipo de apoio.
- Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor
(sem sentar no colo!).
- Providencie um quadrado de carpete para que a criança
fique sentada no mesmo lugar.
- Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o
interesse da criança por mais tempo.
- Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em
que a criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de
tarefa ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno
gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso
encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar que outra criança
participe é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.
GENERALIZAÇÃO, PENSAMENTO ABSTRATO E RACIOCÍNIO
Quando uma criança tem deficiência de fala e linguagem, suas
habilidades de pensamento e raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela
encontra mais dificuldade em transferir suas habilidades de uma situação para
outra. Conceitos e assuntos abstratos podem ser particularmente difíceis de
entender e a capacidade de resolução de problemas pode ser afetada.
ESTRATÉGIAS
- Não assuma que o aluno vai transferir conhecimento
automaticamente.
- Ensine novas habilidades usando uma variedade de métodos e
materiais e em vários contextos diferentes.
- Reforce o aprendizado de conceitos abstratos com materiais
concretos e visuais.
- Ofereça explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje a solução de problemas.
CONSOLIDAÇÃO E RETENÇÃO
Alunos com Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para
aprender e consolidar coisas novas e a habilidade de aprender e absorver o
aprendizado pode variar de um dia para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais tempo e oportunidade para repetições
adicionais e reforço.
- Apresente informações e conceitos novos de maneiras
variadas, usando material concreto, prático e visual, sempre que possível.
- Siga em frente mas sempre dê uma revisada para assegurar
que coisas aprendidas anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação
das novas informações.
ESTRUTURA E ROTINA
Muitas crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina,
estrutura e atividades focalizadas claramente. Situações informais e sem
estrutura são geralmente mais difíceis para eles. Eles também podem se sentir
contrariados com qualquer mudança. Podem precisar de maior preparação e podem
levar mais tempo para se adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.
ESTRATÉGIAS
- Explique sobre a grade de horários, rotinas e regras
escolares explicitamente, dando tempo e oportunidade para que aprenda.
- Providencie uma grade de horários visualmente atraente:
use palavras, desenhos, figuras e fotos.
- A progressão da aula durante o dia deve poder ser
acompanhada pelo horário.
- Quando uma grade visual não for apropriada, arrume uma
série de fotos ou figuras descrevendo as atividades escolares. Estas fotos
podem ser mostradas a criança antes de a atividade ser começada.
- Certifique-se de que a criança sabe qual será a próxima
atividade.
- Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare a criança com antecedência se souber que haverá
alguma mudança e informe os pais.
- Solicite a ajuda da criança na preparação para a atividade
subsequente dando-lhe uma tarefa específica.
INCLUSÃO SOCIAL
O objetivo primordial para qualquer criança de 5 anos entrar
na escola é a inclusão social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil
progredir nas áreas cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e
interagir com os outros de maneira socialmente aceitável e entender e responder
apropriadamente ao ambiente que a cerca. Todas as crianças com Síndrome de Down
se beneficiam em se misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas
vezes eles ficam felizes em agir como os colegas e geralmente os usam como
modelos para o comportamento social apropriado e motivação para aprender. Este
tipo de experiência social, quando existe a expectativa de que as outras
crianças se comportem e consigam fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é
extremamente importante para as crianças com Síndrome de Down, que geralmente
tem um mundo mais confuso e menos maduro social e emocionalmente. Mesmo assim,
muitas delas precisam de ajuda adicional e apoio para aprender as regras para o
comportamento social apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma
incidental e não pegam as convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão
levar mais tempo do que seus colegas para aprender as regras. O foco principal
da ajuda adicional nos primeiros anos deve ser aprender as regras do
comportamento social adequado.
ESTRATÉGIAS
- Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender a participar e responder apropriadamente.
- Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e
receber.
- Aprender a fazer fila.
- Aprender a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender comportamentos apropriados.
- Aprender as regras da escola e da classe, tanto as formais
quanto as informais.
- Trabalhar independentemente.
- Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e manter amizades.
- Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas
práticas.
- Tomar conta, se preocupar com os outros.
HORA DE BRINCAR
Algumas ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas
com Síndrome de Down durante a hora da brincadeira podem ser necessárias.
Porém, qualquer ajuda de adulto que a criança tiver, se não for usado com
sensibilidade, pode erguer uma barreira entre a criança e seus colegas, o que,
junto com a dificuldade de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais
difíceis para a criança com Síndrome de Down:
- Começar independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender as regras do jogo.
- Entender as regras de “ser amigo”.
ESTRATÉGIAS
- Encoraje o aprendizado cooperativo em trabalho com um
parceiro ou num grupo pequeno.
- Não coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz
ou menos motivado. Alunos com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com
crianças mais capazes se as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
- Promova a conscientização sobre as deficiências através
de, por exemplo, uma discussão com toda a classe ou a escola. É importante que
os alunos se familiarizem com o colega com Síndrome de Down, entendam seus
pontos fortes, seus pontos fracos, sua capacidade e também reconheçam que ele
tem as mesmas necessidades emocionais e sociais do que eles próprios.
- Se achar adequado, promova uma alternância de amigos ou um
sistema de colega de apoio para ajudar na inclusão.
- Use a ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que
possível.
- Organize apoio para oferecer sessões de brincadeira
estruturadas na hora do recreio.
- Encoraje a participação do aluno em atividades extracurriculares
com os colegas da escola (clubes de livro, esportes, etc.).
- Encoraje habilidades de independência e vida prática, por
exemplo, dando-lhe responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
- Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria
identidade, promova sua auto-estima e autoconfiança.
- Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras
ou na hora da rodinha.
COMPORTAMENTO
Não há problemas de comportamento característicos de
crianças com Síndrome de Down. Porém, muito de seu comportamento estará
relacionado ao seu nível de desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas,
eles são geralmente parecidos com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento
típico que sejam mais novas.
Além disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo
que lidar com mais dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se
espera que eles façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir
fazer devido a seus problemas de comunicação, audição, memória, coordenação
motora, concentração, e dificuldade de aprendizado. Os problemas de
comportamento podem, portanto, ser desencadeados em algumas situações
aparentemente banais. Por exemplo, eles podem se sentir frustrados ou ansiosos
com mais facilidade. Então, o fato da criança ter Síndrome de Down não
necessariamente quer dizer que ela vá apresentar inevitavelmente problemas de
comportamento, mas a natureza de suas dificuldades os faz mais vulneráveis a
desenvolver problemas de comportamento.
Uma questão particular dos problemas de comportamento são as
estratégias para escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos
com necessidades educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costumam
adotar estas estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns
alunos usam comportamentos anti-sociais para distrair a atenção dos adultos e
escapar do trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito
pouco de sua capacidade cognitiva.
É importante o professor ficar atento à possibilidade destas
estratégias e saber separar comportamento imaturo de mau-comportamento
deliberado, e assegurar que o nível de desenvolvimento e não a idade
cronológica da criança seja levada em consideração, junto com sua capacidade de
entender instruções dadas oralmente. Qualquer recompensa a ser oferecida também
deve levar em conta estes fatores.
ESTRATÉGIAS
- Assegurar que as regras são claras
- Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a
criança com Síndrome de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
- Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e
expressões que as confirmem – explicações longas e complexas não são
apropriadas.
- Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
- Investigar qualquer comportamento inapropriado,
perguntando a si mesmo por que a criança está agindo deste modo: a tarefa é
muito fácil ou muito difícil ? A tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado
para a criança ?
- O aluno compreende o que é esperado dele ?
- Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de
bom comportamento. Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo
arrumando a sala direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o
mesmo.
- Reforçar o comportamento desejado imediatamente com sinais
de aprovação visuais ou orais.
- Ignorar tentativas de chamar a atenção dentro do possível
– o seu propósito é criar distração
- Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a
tentativa de escapar: algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno
em particular.
- Assegurar que o professor de apoio não seja o único
lidando com o mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade
sobre a criança.
- Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam
bons modelos em comportamento.
PRÁTICAS DE SALA DE AULA
Muitos alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos
com necessidades educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de
sala de aula: aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e
trabalho de reforço baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os
professores precisam analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente
de aprendizado na classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos
de alunos sejam levados em
conta. Para certos propósitos, a habilidade será menos
importante do que os estilos de aprender de cada aluno. É importante, por
exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos
que surgem quando o aluno com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os
colegas.
Estudos mostram que não apenas os alunos com necessidades
educacionais especiais preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo
fomenta o aprendizado.
ESTRATÉGIAS
Decida quando a criança deve trabalhar:
- Em atividades com toda a classe.
- Em grupo ou em pares na classe.
- Em grupo ou em pares numa área afastada.
- Individualmente independentemente ou individualmente com o
professor.
Decida quando a criança deve ficar:
- Sem apoio.
- Com apoio dos colegas.
- Com apoio do professor assistente.
- Com apoio do professor da turma.
- Faça um Plano de Educação Individual para atingir
determinadas áreas que necessitem atenção.
- Produza uma grade de horários visualmente atraente para
que a criança entenda a estrutura do seu dia.
LEITURA
Há muitas pesquisas destacando a forte ligação entre a
leitura e o desenvolvimento da linguagem em crianças com Síndrome de Down e a
leitura é uma área do currículo em que muitas destas crianças podem se sair
muito bem. Como a palavra escrita faz com que a linguagem se torne visual, os
textos impressos superam a dificuldade do aprendizado pela audição.
A leitura pode portanto ser usada para:
- Ajudar o entendimento.
- Ajudar a acessar o currículo.
- Melhorar as habilidades de fala e linguagem.
ESCRITA
Produzir qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa
muito complexa. As dificuldades de memória curta, fala e linguagem, sistema
motor fino e organização e sequenciamento de informação provocam um impacto
considerável na aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos alunos com
Síndrome de Down.
Áreas de especial dificuldade:
- Colocar as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.
- Organização de pensamentos e informação relevante no
papel.
ESTRATÉGIAS
- Investigar recursos adicionais para ajudar à escrita como
um processo físico – diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil
para empunhar o lápis, linhas grossas, quadrados no papel para limitar o
tamanho da letra, papel com pauta, quadriculado, quadro individual para
escrever, programas de computador.
- Oferecer apoio visual – flash cards (cartões de leitura com
figura ou foto e palavra), palavras-chave e símbolos gráficos escritos em
cartões.
- Oferecer métodos alternativos de memorização: sublinhar ou
circular a resposta correta, sequência de frases com cartões, programas de
computador específicos, utilizar o método Cloze (subtração sistemática de
palavras, substituídas por lacunas num texto a ser aprendido).
- Garanta que os alunos só escrevam sobre assuntos que
estejam dentro de sua experiência e entendimento.
- Ao copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais
curta que focalize o que é essencial para o aluno.
- Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.
ORTOGRAFIA
Como a leitura, não é indicado confiar apenas na fonética
para resolver problemas de ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome
de Down estarão soletrando palavras a partir da sua memória visual. Porém, para
desenvolver e expandir sua habilidade de leitura elas vão precisar aprender
algumas noções fonéticas , mas o desenvolvimento nesta área pode ser mais lento
do que o de seus colegas.
ESTRATÉGIAS
Devido às habilidades de fala e linguagem mais fracas e o
vocabulário limitado, é importante:
- Ensinar palavras que eles entendam.
- Ensinar palavras objetivando promover o desenvolvimento de
sua fala e linguagem.
- Ensinar palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar ortografia da maneira mais visual possível.
- Usar métodos multi-sensoriais – por exemplo,
olhe-cubra-escreva-cheque, cartões com figuras e palavras, acompanhar com o
dedo as letras.
- Reforçar os significados de palavras abstratas com figuras
e símbolos.
- Colorir grupos e padrões de letras similares dentro das
palavras.
- Oferecer um banco de palavras com figuras agrupadas
alfabeticamente para reforçar o significado.
- Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar famílias de palavras simples e básicas.
Folheto produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome
Association, e distribuído pelo Ministério da Educação britânico
Tradução Patrícia Almeida
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